
CONVIDO VOCÊ A DISCUTIR E A DIALOGAR COMIGO SOBRE NANOTECNOLOGIA: a escala (nano) que trabalha com materiais invisíveis a olho nu!
A proposta está lançada! '
A palavra "Nanotecnologia" foi utilizada pela primeira vez pelo professor Norio Taniguchi, em 1974, para descrever as tecnologias que possibilitariam a construção de materiais a uma escala de 1 nanômetro. Imaginemos uma praia com 1000 km de extensão e um grão de areia de 1 mm; este grão está para esta praia como um nanômetro está para o metro. O conceito 'nanotecnologia', no entanto, foi descrito pela primeira vez por Feynman em sua clássica palestra de 1954, "There´s Plenty of Room at the Bottom" (Há Bastante Espaço "Lá Embaixo"), e foi vastamente analisada por Drexler em "Nanosystems" (Nanosistemas).
* Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nanotecnologia
"Nanômetro (nm) é uma unidade de medida que corresponde à bilionésima (10-9) parte do metro. É tipicamente o tamanho de uma molécula pequena. Para que se tenha uma idéia, os átomos têm dimensões de aproximadamente 0,1 a 0,4 nm. Já um vírus pode ter de 10 a 100 nm". (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, BRASIL. Disponível em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/5035.html). Considerando esta escala nanométrica, tão ínfima, pode acontecer que elementos da escala periódica da química mudem seu estado, podendo ficar até explosivos nesta escala.
"Nanotecnologia é a aplicação da ciência de sistemas em escala nanométrica. Um nanômetro (nm) é 1 bilionésimo de metro; reais sistemas em escala nanométrica têm tamanhos que variam de 1 a 100 nm. Por um lado, este regime está entre o mundo sub-nanométrico de átomos individuais e, por outro, o tamanho típico padrão em um circuito eletrônico de última geração (por volta de duzentos nanômetros). É um regime onde a física, a química e a biologia se aglutinam para criar a 'nanociência', de onde a ciência da nanotecnologia possa (um dia) fluir. (Richard Palmer).
"A nanotecnologia é uma proposta de fabricação tecnológica com três objetivos centrais: 1) Posicionar essencialmente cada átomo em seu devido lugar. 2) Fazer com que quase qualquer estrutura seja consistente com as leis da física e da química permitindo especificá-la com detalhe atômico. 3) Ter custos de fabricação que não excedam largamente os custos da matéria-prima e energia necessários." (Ralph Merkle).
* Fonte: MACFARLANE, JOHN. O que é nanotecnologia? Disponível em:

Comparação entre a escala de tamanhos dos seres
vivos e da nanotecnologia (fonte: MRSEC - Universidade de Wisconsin).
INFORME
Palestra do professor Oswaldo Luiz Alves* sobre Nanotecnologia (auditório do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, no Campus do Porangabussu, no dia 13 de setembro de 2006).
A Nanociência é convergente, avalia Oswaldo, envolve diversas áreas do conhecimento, gera vários produtos e tem um mercado global estimado, para o ano de 2010, em US$ 100 bilhões. Apesar de sempre associada a grandes cifras e extraordinários empregos, ela não está distante de nós e não é tão moderna. É estudada desde o século V a.C. e foi alçada à categoria de tecnologia em 1995. "A Nanotecnologia se apoderou da região de tamanho dos átomos. Isso pode causar espanto, mas está na natureza. No esmalte dentário, por exemplo, há nanopartículas de cálcio", explica.
A aplicação da Nanotecnologia, por sua vez, é endereçada a uma grande parcela da população global. É a fabricação de produtos com aplicações variadíssimas e para consumo em massa, ressalta Oswaldo. Com a alteração de nanopartículas podese melhorar o desempenho de produtos desde protetores solares até catalisadores automotivos. Entre os produtos estão meias bactericidas para diabéticos, materiais esportivos mais resistentes e cosméticos mais eficientes.
A área médica é o destino de muitos dos avanços na Nanotecnologia. São materiais implantáveis para reparação óssea e bioabsorvíveis, biofármacos (drug delivery), com distribuição orientada no organismo, sensores implantáveis, implante de retina e robôs cirúrgicos, "um grande sonho que começa a se tornar realidade".
Técnicas de moagem em escala nanométrica promovem maior absorção de medicamentos. "Isso diminui o uso de princípios ativos e barateia custos para o SUS", aponta Oswaldo. "E pode produzir diferenciais de competitividade na fabricação de medicamentos genéricos". Oswaldo descreveu alguns processos de Nanotecnologia, como os que havia apresentado, no dia anterior, no Departamento de Física da UFC. Com a engenharia de partículas nas Ciências da Vida (encapsulamento), pode-se produzir substâncias iguais com formas e atuações diferentes. Na Química de superfície, novos compostos são formados com maior rendimento catalíptico, ou seja, reações químicas mais velozes.
Nos nanocompósitos, constituintes de materiais são misturados em escala nanométrica. É o caso da liberação de ferormônios no acasalamento de insetos. "E existe muito conhecimento nanotecnológico não-institucional que precisa ser preservado", ressalta Oswaldo, citando exemplos de tribos da Amazônia e comunidades ribeirinhas que produzem corantes com misturas em escalas nanométricas.
"Brasil não pode ficar fora"
"Um país como o nosso não pode perder a oportunidade de entrar nesse mercado", afirma Oswaldo. Ele enfatizou que é preciso formar "trabalhadores para a nanoindústria", atrair jovens e ultrapassar barreiras entre as disciplinas. "Ainda há muitos desafios, mas o principal é discutir que Nanotecnologia precisamos desenvolver". Oswaldo propõe que as Ciências Humanas devem estudar os efeitos da Nanotecnologia na sociedade, promover discussões e aprender a trabalhar com seu impacto. "A questão ética está pegando fogo!", afirma, e é preciso favorecer a informação, comunicação e o diálogo com a comunidade científica. O desenvolvimento responsável da Nanotecnologia é para ele premissa fundamental. "É uma tecnologia, então tem que gerar riquezas", enfatiza, exemplificando seu uso no controle de endemias no Brasil. Mas é preciso antes investimento em infra-estrutura e estímulo da mentalidade industrial nos
pesquisadores". (http://www.prppg.ufc.br/edicao11.pdf).
* Professor titular e coordenador científico do Laboratório de Química do Estado Sólido (LQES) do Instituto de Química da Unicamp (Universidade de Campinas – SP).
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