Thursday, December 28, 2006


ALGUMAS QUESTÕES SOBRE A NANOTECNOLOGIA
1. Considerando o que já ouviu falar ou sabe a respeito, o que é para você “nanotecnologia”?

2. Biotecnologia, transgenia, tecnologias de reprodução assistida, clonagem, células-tronco, nanotecnologia e, mais recentemente, nanobiotecnologia. Qual é o diferencial que você confere à nanotecnologia, comparativamente às demais tecnologias: Você concebe que esta inovação poderá resultar em uma transformação radical do que são os seres da Terra ou do que podem vir a ser?

3. Se é possível, mediante a nanotecnologia, manipular os átomos, na sua opinião, quais conseqüências podem automaticamente decorrer para a sociedade, levando em conta os avanços da pesquisa que envolve potenciais aplicações industriais, nos setores de alta tecnologia, na medicina, na defesa, no campo da alimentação e da agricultura etc? Você considera que o papel da nanotecnologia pode diminuir ou aumentar as desigualdades sociais?

4 Quando a técnica não mais representa um processo interessado e dirigido de domínio do homem sobre a natureza, mas a modificação do que até então concebemos como a própria natureza, como você interpreta a intervenção da nanotecnologia no ambiente? Com base nos argumentos que carregam a promessa de solução decisiva dos problemas ambientais ou de que podem causar dramáticas mudanças na agricultura, por exemplo, você coloca a nanotecnologia mais no âmbito de vantagens ou de riscos?

5. É cada vez mais crescente a fusão entre o orgânico e o inorgânico, “a Era das Mesclas, de hibridações de natureza e artifício, de carne e mente...”
[1], o que nos faz pensar em formas de vida mistas: biológicas e mecânicas. Como você melhor identifica, então, a natureza humana: como uma luta pela natureza ou a favor dela; como a vontade do homem em se diferenciar do animal irracional; como a própria luta do homem contra a "sua" natureza, de ser humano; como uma reengenharia radical do homem que tende para a necessidade de modificar o corpo e de desenhar sua própria identidade do jeito que quer; como uma nova relação de responsabilidade com a natureza; como um alívio para todos os impulsos humanos condenáveis e perigosos contra os quais lutamos, ou como um necessário equilíbrio entre ambos, homem e natureza?

6. As nanopartículas são partículas de magnitude nanométrica. Para Christopher Lampton
[2], “existem poucos limites para o que a nanotecnologia pode fazer”. Pensemos em uma nanopartícula, introduzida no organismo, por uma necessidade de complementação, de ampliação ou de um aperfeiçoamento artificial do corpo natural. Qual sua posição crítica frente à incorporação da nanotecnologia: Você considera que se trata de uma adaptação do homem ao meio ou de uma adaptação do meio ao homem? Por que?

7. Existem vertentes argumentativas de que a nanotecnologia favorecerá a ameaça de “grey goo” (nanopartículas ou nanomáquinas se auto-replicariam, produzindo cópias de si mesmas), não se tendo garantias do controle sobre o resultado disso, como no caso de uma contaminação do meio ambiente, de aplicações militares ou de maior controle sobre o comportamento humano. O que você pensa sobre isso: as nanopartículas teriam mesmo o poder tecnológico de nos precipitar a uma tal indeterminação?

8. O que você pensa a respeito de uma das questões centrais, hoje bastante colocada, para o desenvolvimento científico e nanotecnológico, que se refere ao campo dos limites éticos e legais, face aos novos conflitos? Tudo leva a crer que ela exige, além dos acordos sobre princípios éticos, intervenções reguladoras. Você considera que a nanotecnologia poderá contribuir para tornar os homens melhores do ponto de vista moral e ético?

[1]OLIVEIRA, Luis Alberto. Nanotecnologia assemelha homens e máquinas. Ver em: http://www.comciencia.br/entrevistas/nanotecnologia/oliveira.htm.

[2] LAMPTON, C. Divertindo-se com Nanotecnologia: construindo máquinas a partir de átomos. São Paulo: Berkeley, 1994.

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